O OVO DA SERPENTE DO ESPORTE BRASILEIRO [VÍDEO]

Por GUILHERME KROLL - 


Sexta-feira (6), após a eliminação da Seleção Brasileira da Copa do Mundo da Rússia, fomos ao Utopia Cult, em Macaé, degustar e debater "O Ovo da Serpente", no ciclo "Ingmar Bergman", do Cinema Comentado.

O Ovo da Serpente é o nome de um filme do premiado diretor que mostra os conflitos e a desordem que antecederam a ascensão do nazismo.

A expressão “ovo da serpente” tem o sentido de um mal que está sendo gerado sem que a grande maioria tenha consciência dele. Simplificando, é o mal incubado e oculto que vai causar sofrimento a muitos. Expressa a comprovação de uma grande adversidade em processo de incubação.

Afinal, ao colocar-se o ovo da serpente de encontro à luz é possível ver, através da transparência da casca, a serpente (o monstro) que irá nascer.

Essa expressão popular, o ovo da serpente, alastrou-se em todo o mundo, e serve como parâmetro para tudo que, ao nascer, possa a vir a ser pernicioso e poder causar futuros prejuízos a sociedade.

No contexto da nossa sociedade, o ovo da serpente representa a corrupção desenfreada dos nossos governantes, políticos, servidores públicos, empresários e de todos aqueles que se acham investidos de autoridade, bem como o comportamento dos depravados morais que em plena luz do dia desfilam suas devassidões diante de todos.

Assim como, no tempo determinado, o ovo da serpente trará a existência uma víbora que matará ou causará grande sofrimento às suas vítimas com seu veneno, o ovo da serpente que está sendo gerado pela corrupção generalizada e pela depravação moral desenfreada, trará a existência um mal que causará sofrimento e morte a muitos em nossa nação.

O ovo da serpente

Enquanto muitos celebraram a conquista do sediamento da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, nós tivemos a convicção de que tais eventos seriam os ovos de serpente do esporte brasileiro.

A tal "modernidade", com sua gula voltada para os grandes "negócios", trouxe o tal "legado olímpico".

Arenas poliesportivas sem nenhuma manutenção e utilidade, Arenas de futebol sem público para mantê-las, captaram a necessidade de se estabelecer preços de ingressos fora da nossa realidade. As camadas mais populares da nossa sociedade foram defenestradas dos nossos elitizados espetáculos.

Os canais de televisão priorizaram transmissões internacionais.

Será que o espectador diário da NBA quer assistir jogos nacionais de nível técnico duvidoso?

Será que quem compra uma camisa do PSG, ou do Real Madrid, quer continuar adquirindo produtos dos times nacionais de menor expressão?

Excetuando algumas potências da Série A do Brasileirão, o restante segue penando para desconfortáveis arquibancadas vazias.

Se o alto comando da Confederação Brasileira de Futebol segue sendo presa pela polícia norte-americana, em função de largos esquemas internacionais de corrupção, imagina os gestores dos chamados esportes olímpicos, que são entendidos como empresas privadas.

Para melhor análise, basta mensurar o valor monetário investido no esporte tupiniquim e compará-lo com um passado recente, aonde as principais prefeituras do Estado de São Paulo se mobilizavam para que suas cidades tivessem visibilidade nacional. Some isso ao espaço concedido nos canais abertos de televisão, e descobriremos apenas algumas causas para o declínio do número de praticantes das nossas diversas modalidades esportivas.

Um dirigente do atual Flamengo azul me disse que seu esporte olímpico havia se tornado auto-sustentável. Respondi, na lata, que isso era mais um ato ilusório. Todo o esporte rubro-negro, e das principais entidades do país, estão dependentes das perigosas leis de incentivo ao esporte. Isso é fatal.

Além desses recursos serem geridos de cima para baixo, ao contrário do espírito da lei, nosso país não anda em condições de subsidiar o esporte, em detrimento a outros setores essenciais para nossa subsistência.

O pouco esporte de excelência que assistimos vem sendo patrocinado pelo ICMS, ou pelo nosso Imposto de Renda. Penso que isso não está certo. Essas verbas são sociais. O esporte contemplado deveria ser o de inclusão. No momento que tivermos nosso esporte massificado, as equipes competitivas de alto nível explodirão como consequência. A pirâmide estará com sua base no lado certo.

Guilherme De Lima Kroll é Diretor de marketing na empresa Macaé Esporte Futebol Clube e Coordenador na empresa Serra Macaense Futebol Clube/ Reprodução: facebook.

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